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Alunos do MAXXI no site da revista Crescer


Brumadinho é uma pequena cidade de Belo Horizonte (MG), mas bem que podia ser uma espécie de sucursal do País das Maravilhas. Aquele mesmo, da Alice. Lá fica o Instituto Inhotim, um espaço que é, ao mesmo tempo, um jardim botânico e um centro de arte contemporânea internacional. Conhecer esse espaço com as crianças leva a uma inevitável comparação com o livro de Lewis Carroll. As obras expostas no Inhotim são tão diferentes das de um museu tradicional que parecem objetos mágicos.

Os irmãos Júlia, 8 anos, e Leonardo, 6, foram com os pais ao museu e adoraram. Assim como a personagem Alice, eles não passaram batido ao encontrar um pequeno orifício no chão. Agacharam-se, olharam, quiseram saber o que era aquilo. E era quase uma conexão direta com o centro da Terra. Eles estavam no “Sonic Pavilion”, instalação do artista americano Doug Aitken, em que microfones geológicos são instalados a 200 metros no interior da Terra. Dentro do pavilhão, dá para ouvir os sons que esses aparelhos captam, e eles mudam o tempo todo: no fim de semana, são mais calmos. Durante a semana, uma agitação só, com as atividades de mineração que ocorrem em toda a região. “Aprendi que o som da terra é forte e grave”, conta Leonardo.

Do lado de fora, no jardim botânico, há cerca de 4.300 espécies vegetais e muitas, muitas palmeiras, que acabam atraindo um porção de pássaros e animais ao local. A área que antes era explorada para a mineração ganhou um jardim de esculturas, que foi projetado com a ajuda do paisagista Roberto Burle Marx.

No meio desse passeio por tantas formas e tons de verde, crianças e adultos se sentem como se estivessem sob os efeitos do líquido mágico do País das Maravilhas, que torna as pessoas bem pequeninas. Tudo por causa de uma escultura gigante de mesas e cadeiras do artista Cildo Meireles, nomeada Inmensa. Também tem um labirinto divertido de paredes coloridas e chão de seixo rolado, que na verdade é mais uma obra de arte. Ela se chama “Magic Square #5” e é do brasileiro Hélio Oiticica.

Arte multisensorial
Raquel Robbe, mãe de Leonardo e Júlia, conta que a experiência dos filhos no Inhotim foi muito forte. “Foi o primeiro museu em que eles puderam encostar em algumas obras, botar a mão mesmo.” A mãe explica que os filhos já visitaram outros centros de arte e cultura, aqui e na Alemanha, onde nasceram. “Eles têm o costume e sabem como se comportar em um museu convencional. A proposta da arte contemporânea foi muito interessante”, completa. E Léo afirma, com ares de experiência: “o Inhotim é diferente porque não é um museu, é tipo um parque”.

Os pais Raquel e Peter Robbe aproveitaram as indagações despertadas nas crianças para passar alguns conhecimentos. “A curiosidade com relação às obras gerou perguntas e aproveitamos para ensinar um pouco mais sobre história, geografia, ciências e outros temas. E a experiência não ficou apenas ali, foi além, vividas e relembradas em outros momentos.”

Curiosidade aguçada, hora de aprender
A contemporaneidade das obras no Inhotim também ajuda a criar oportunidades para conversas sobre assuntos da atualidade. A obra “De Lama Lâmina”, do artista americano Matthew Barney, por exemplo, propõe a reflexão sobre a natureza versus a tecnologia.
Além disso, o pavilhão onde mora a instalação, já é um espetáculo à parte. A estrutura de triângulos e formato esférico, feita de aço e vidro, é uma lição divertida e bonita sobre formas geométricas.
No Inhotim, todas as centenas de obras são assim: mágicas, envolventes, impressionantes. “Eu sempre vou me lembrar do que vi aqui. Uma coisa que é muito legal, a gente nunca esquece. Vou voltar muitas vezes”, conclui Júlia, de 8 anos.

Serviço
Instituto Inhotim – Arte Contemporânea e Jardim Botânico
Funcionamento: Terça, quarta, quinta e sexta-feira, das 9h30 às 16h30. Sábados, domingos e feriados entre 9h30 e 17h30.
Ingressos: O valor da entrada é R$ 20,00. Para menores de seis anos a entrada é gratuita. Para maiores de 60 anos e estudantes é cobrada meia-entrada mediante apresentação de documentos com validade e foto.
Serviços oferecidos: O Inhotim oferece transporte interno para facilitar o acesso às obras mais distantes. O serviço é adquirido na recepção e em outros pontos do parque e o custo é de R$10,00 por pessoa, com validade durante toda a visita. Portadores de necessidades especiais e crianças menores de seis anos de idade não pagam.

Visitas orientadas: O Instituto também oferece um programa com visitas orientadas por profissionais do Inhotim. As visitas temáticas e panorâmicas acontecem durante a semana e não precisam ser agendadas com antecedência, basta seguir o roteiro de horários do site. Já as visitas escolares e de grupos particulares precisam ser marcadas para que seja feito um roteiro específico em cada caso.

Endereço: Rua B, n° 20 – bairro Inhotim – Brumadinho – MG (mapa no site)
Site: inhotim.org.br
Redes sociais: Facebook, Twitter, Flickr, Youtube
Contatos: (+ 55 31) 3227-0001 | e-mail: info@inhotim.org.br

Fonte: Revista Crescer